segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A vida continua



O tempo é um instante.
abre e fecha-se da noite para o dia.
E num estalar de dedos, a nuvem prateada
que caminhava devagar, vai se desmanchar
tornando o ar mais denso e carregado

Do céu a transformar-se, num colorido;
cinza azulado escuro, fulgura-se
com o brilho riscado dos relâmpagos
donde retumbaram os estrondos infernais do trovão.

O raio risca o céu e cai no asfalto.

Por detrás da vidraça da janela,
com barulho meu corpo estremece.
Os meus olhos se fascinam com o encanto
as lagrimas cristalinas que caem
escorrendo pela sarjeta dura e fria.

Velhos galhos das arvores retorcem o lenho
numa dançando numa magia frenética
vibrando ao embalo do vento.

As folhas desprendem-s e voam.
apenas voam!

A água, agora turva, rola veloz pela rua,
levando pedaços de vidas,
lambendo e levando toda a poeira
de lutas e esperanças perdidas,
agora simplesmente repousa o silencio


E depois da chuva a vida continua;
sob um sol que brilhará com todo esplendor.

Só eu fiquei.

Kátia Pérola

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