sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Suicídio lúcido


Vida nebulosa
Mulher desnudada
Assustada e apavorada
Visão que choca
Ré confessa julgada
Sem defesa própria
Fragilizada e humilhada
Entre um conflito familiar
Vitima de si mesma
Hoje no peito carrega
Coração vazio e gelado
Pelo passar dos anos
Da imensa dor que sentiu
O seu próprio sangue
Castigando duramente
A lhe mal tratar
Sentada a janela
Perdida e só em
Seus pensamentos
Poderia seguir adiante
Enfrentar os problemas
Deixar a todos
Procurar novo caminho
Reconstruir a vida
Mas perdeu todos os sonhos
Dentro de si mesma
Vem o ar frio e gelado
Sopra-lhe o rosto
Mas prefere fingir
Que não o sente
Devagar se levanta
Fechando a janela
Puxando acortina
Caminha até sua cama
No ambiente sombrio
Como cenas um filme
Revê e revive
Toda sua vida de luta
Para não cometer
Nenhum deslize
Cada dia, horas
Segundos e minutos
De seu passado
E chega a conclusão
Que não mais quer viver
Não sente ansiedade
Ao que vai fazer
Apenas quer deixar
A cada um deles
A última lição
Atordoada e vencida
Deita-se em forma de feto
Horas fica assim
A gaveta do criado
Ela abre e apanha
Todos os medicamentos
Engole todos, um a um
Rapidamente, fecha os olhos
Só faltam alguns segundos agora
Com certeza estará morta
Antes de eles chegarem
E realiza seu ultimo desejo
Mentalmente lúcida.






Kátia Pérola

Verniz de ébano


Vozes de ébano

Em liberdade
Seio da áfrica
Chão sem maldade

Sorriso de prata
Dentes de marfim
Em rosto de ébano
Alegria sem fim

Virgem da noite

Na prata do luar
Vivendo liberdades
Sem tristeza a sonhar

Eis que de repente

O intruso aprece
Trazendo tristezas
E o céu se escurece

Se tornando cinzento

Ao ver tamanha dor
Ao ver atrocidades
Maldades e dissabor

Os filhos de ébano

Perdem a liberdade
Pranteiam a África
Terra da saudade
Por brancos ambiciosos

Levados a prisioneiros
Transportado a ferro
Em navios negreiros

Choram filhos de ébano

Morrem de banzos ou saudades
Perderam entes queridos
Perderam a liberdade

Filhos de ébano pardos ou negros

Pelos brancos escravizados
Trabalhando a chicote e ferro
Sem liberdade aprisionada

Presos em suas senzalas

Cantam melodias de dor
Com canto triste brejeiro
Meu coração trespassa de dor

Negros de almas brancas
Servindo brancos de almas negras
Em caminhos tão diferentes
Nessa luta traiçoeira.







Kátia Pérola

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Almas transparentes


Gira mundo, mundo gira
Gira em torno da terra
Do universo em luz
Sem rumo e sem direção
Como puro encanto
Ao sopro do vento traga
Nuvens azuis acetinadas
Carregadas de pontinhos de estrelas
Deixe cair em suave toque
Chuva infinita de pérolas azuis, perolizadas
Cheia de beleza e ternura
Sobre os corpos entrelaçados
Aos corações dos amantes
Como doce recordação
Ao tomado banho de lua
Fiquem marcadas, guardadas e iluminadas
As Proibidas almas transparentes
A jura desse amor eterno.


Kátia pérola

Alma sem brilho


O tempo não para
O encanto acabou
Diante de meus olhos
Com a alma presa
As lembranças doloridas
Recordações e amarguras
De uma vida dura e sofrida
Nas batidas de meu coração
Louca asfixia e agonia
Solidão me agarra
A vida vazia
Pergunto a mim mesma:
_Que cartas jogar?
A o jogo desta vida sem sentido?
Só há dores em meu peito
Corpo vazio sem esperanças
Sem asas para voar
A prisão algemada
Na clausura da solidão
Com a alma sem brilho
Algemada, apenas sobrevivo.




Kátia pérola

Sinfonia


Ao céu dos apaixonados
Cama com pétalas de rosas
A cada carícia em suave doçura
A chama que crepita
É intensa, tremendo... Vibrando...
A cavalgada celestial Dois seres.
Um balé de corpos
Rumo ao caminho da felicidade
Um único grito de sentimentos
Ao encontro... A entrega inteira
Sinfonia perfeita
De almas de amantes.




Kátia pérola

Alquimista


Mente alma e coração

Quando unidas

Com ternura e maestria

Misto de sentimentos

De amor e carinho

Alquimia perfeita

Eternizada e fascinante

Simetria Virtudes da emoção

Nostalgia de poeta

Chamada poesia



Kátia pérola

Caçador de coração


Em noite de verão
No clarão da lua
Chega cheiroso e encantador
Um belo homem
A este forte aliado
Tudo vale
Tem olhar treinado
O faro aguçado
Um sorriso fascinante
De sua boca
Saem palavras de mel
Para sua presa conquistar
Pinta e borda
O caçador de corações.



Kátia Pérola

Almas de ninguém


Lágrimas a rolar pelo rosto
Derramadas em clausuras
Feito pétalas de amor puro
Inesquecível lembrança
De momentos de alegrias
De uma paixão do passado
Que não pode ser vivida
Em caminhos separados
Á distância duas metades
Dois corações solitários
Duas almas de ninguém
De saudades que ficou
Apenas restam tristezas
Suspiros vazios...
Feito sonho imortal
Ao tempo adormecido


Kátia pérola

Eu vi... Eu senti...





Eu vi...
Nos teus olhos a esperança sorrindo para mim
E senti...
No meu coração o amor que dizia:
_ Também espero por ti!

Eu vi...
No teu sorriso a felicidade de que respondia
_ Te encontrei e sou feliz!
Eu senti...
Minha alma te respondendo:
_ És tudo o que eu sempre quis!

Eu vi...
Em teu olhar que me pedia
_ Vem pra mim!
Eu senti...
Respondi, com olhos cheios de ternura:
_ Espero por ti!

Eu vi e senti...
Que eu queria me enlaçar em seus braços
E sentir o doce calor e sabor de seus beijos
Agora batem forte o pulsar de dois corações
Juntos sinto que precisa de mim...
Que eu necessito de ti...

Eu vi e senti...
Pouco a pouco tudo que nos uniu um ao outro
Isso tudo que não se encontra entre outro alguém
Tudo que pode existir entre os que se querem bem
Eu senti...
Minha vida se resumindo em você
Querendo cada vez mais te ver
Sentindo sua ausência descobri
Que eu amo você!
Eu me vejo, eu sinto que ti amo!




Kátia Pérola