sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Suicídio lúcido


Vida nebulosa
Mulher desnudada
Assustada e apavorada
Visão que choca
Ré confessa julgada
Sem defesa própria
Fragilizada e humilhada
Entre um conflito familiar
Vitima de si mesma
Hoje no peito carrega
Coração vazio e gelado
Pelo passar dos anos
Da imensa dor que sentiu
O seu próprio sangue
Castigando duramente
A lhe mal tratar
Sentada a janela
Perdida e só em
Seus pensamentos
Poderia seguir adiante
Enfrentar os problemas
Deixar a todos
Procurar novo caminho
Reconstruir a vida
Mas perdeu todos os sonhos
Dentro de si mesma
Vem o ar frio e gelado
Sopra-lhe o rosto
Mas prefere fingir
Que não o sente
Devagar se levanta
Fechando a janela
Puxando acortina
Caminha até sua cama
No ambiente sombrio
Como cenas um filme
Revê e revive
Toda sua vida de luta
Para não cometer
Nenhum deslize
Cada dia, horas
Segundos e minutos
De seu passado
E chega a conclusão
Que não mais quer viver
Não sente ansiedade
Ao que vai fazer
Apenas quer deixar
A cada um deles
A última lição
Atordoada e vencida
Deita-se em forma de feto
Horas fica assim
A gaveta do criado
Ela abre e apanha
Todos os medicamentos
Engole todos, um a um
Rapidamente, fecha os olhos
Só faltam alguns segundos agora
Com certeza estará morta
Antes de eles chegarem
E realiza seu ultimo desejo
Mentalmente lúcida.






Kátia Pérola

2 comentários:

  1. E quem já cometeu esse tal suicído?
    Belissíma poesia, aliás como tudo que
    você escreve.
    Muita Luz em suas inspirações.

    Beijos da Flor!

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir